Escola

Quem sou eu?

Apenas um minúsculo gene que num repente se multiplica em milhões de células e se transforma num ser diferente, único, exclusivo.

Sou eu, o ser perdido no espaço e no tempo à procura do sonho, da quimera, da vontade de ser, apenas reconhecido pelo rasto que me persegue e do qual nunca posso libertar-me: o meu código genético, o ADN.

Através dele, a ciência mergulha, à deriva, em orgias infinitas à procura desse ser enigmático, diferente, exclusivo, tentando desventrar os sentimentos, as emoções,  o pensamento, mergulhando entre espasmos de euforia, de frustração, misturando conceitos e teorias infinitas que evoluem, se transformam, se recriam em cada instante em busca do ser que sou eu.

Momento a momento, num processo interminável, contínuo e regenerador, milhões dessas células, incompreensivelmente,  se volatilizam e num processo de regeneração profunda e contínua, num frenesim alucinante e sem regresso, renascem para uma nova vida que me vai manter incólume, perfeita, inalterável, igual a mim mesma, sem que se altera esse magistral relógio genético que sou eu.

As mesmas sensações, os mesmos sentimentos, a tristeza, alegria, sempre aquela personagem única, inimitável, inalterável, insubstituível, diferente.

E neste processo contínuo de renovação, regenerador de vida,  caminho à deriva , indiferente, diferente de cada ser, em orgias infinitas de sonho e de prazer.

Um frenesim onde vou lentamente descobrindo quem sou, gritando presente,  percorrendo o espaço e o tempo, momento a momento, em busca do segredo que me levará a mim mesma.

O meu nome é Sony Cunha.